quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

LAGRIMAS DE SAL

Na cabeça um balde d'agua
No meu peito a nossa dor
Nos caminhos dessa vida
Sapato é coisa de doutor
Minha terra não tem palmeiras e o sabiá morreu

E o galo que cantava
no Terreiro já se foi
Foi pra longe cantar alto
de navio ou avião
Minha terra não tem galo
e todo gado morreu

Quarenta quilos de tristeza
Terra rachada de sol
Pau-a-pique virou forno
Limoeiro nem nasceu
Minha Terra não tem água
pra lavar chagas do chão

O violeiro que tocava
Trocou viola por arroz
e chora pra matar a sede
com suas lagrimas de sal

Maiolino Thomaz

Nenhum comentário:

Postar um comentário